segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Suspensa a cassação de Kassab

Os advogados do prefeito Gilberto Kassab e da vice-prefeita Alda Marco Antonio, apresentaram na tarde desta segunda-feira (22) um recurso no TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Ele contesta a decisão tomada pelo juiz da 1ª. Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Silveira. O próprio juiz acatou agora o recurso, que dá ao prefeito condições de permanecer no cargo até o julgamento final do processo que pedia a cassação do seu mandato. Sem o recurso, o prefeito teria que deixar o cargo nesta terça-feira, quando fosse publicada a decisão do juiz no Diário Oficial.

Segundo a denúncia do promotor eleitoral Maurício Lopes, que havia originado o processo, Kassab teria recebido doações consideradas ilegais em sua campanha para a prefeitura, em 2008.

As doações somariam mais de R$ 10 milhões, vindas do Banco Itaú, de sete empreiteiras e da AIB (Associação Imobiliária Brasileira). Essa última seria uma fachada para encobrir o nome do SECOVI (o sindicato do setor imobiliário), pois a legislação eleitoral proíbe doações de sindicatos e entidades de classe.

Mesmo com o recurso acatado, o episódio arranha a imagem do prefeito, que tem enfrentado nos últimos meses uma significativa queda nos seus índices de popularidade.

O aumento do IPTU e das passagens de ônibus, as enchentes na cidade – entre outros motivos - trouxeram dissabores ao prefeito. Já seu partido, o DEM, continua às voltas com os estragos causados pelo escândalo envolvendo o Governo do Distrito Federal.

O gradativo enfraquecimento do DEM também é má notícia para o PSDB e seu virtual candidato à presidência da República, José Serra.

Porém, o mais importante a destacar no episódio é que permanece sem solução no País a questão do financiamento das campanhas eleitorais. Receber doações durante a campanha e retribuir com resultados de licitações públicas com cartas marcadas é a prática que assola o executivo de prefeituras, governos do estado e ministérios por esse Brasil afora. Hoje foi Kassab quem foi exposto por um juiz mais criterioso. Resta esperar o próximo.

Celso Marcondes

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